quarta-feira, 4 de maio de 2016

Politicamente (in)correta

     Sempre fui aquela menina de rosto angelical, cabelo loiro aos canudos, tímida e calada... Demasiado santinha, digamos!
     Não podia fazer nada em relação a essa imagem que as pessoas criavam de mim (as santas são as piores, nunca ouviram dizer?)
     Durante toda a minha infância, sempre fui A Mimada, A Teimosa, A Resmungona da família... Não sei como conseguiam suportar-me, sinceramente. Era demasiadamente irritante!
     Com a adolescência, veio também a exigência a nível escolar. Nunca falhei. Ótima aluna, exemplar. Era, portanto, o orgulho dos meus pais a todos os níveis.
     MAS...! A querida, linda, inteligente menina Marisa cresceu. Tornou-se numa jovem "rebelde"! Queria impor-se. Sim, tudo o que fosse errado para mim, eu fazia questão de dizer, mesmo que ninguém me perguntasse a opinião.
     Em casa era igual. Questionava N vezes o porquê das regras parvas dos meus pais. Mas porquê?!
"Menina, devias fazer menos perguntas. Ouvir e calar." Nunca foi algo que desse com o meu feitio.
     Entretanto, vieram os namorados e a mania das pessoas se meterem onde não eram chamadas.
"Ai filha, ainda há uns meses andavas com um e já estás aí na rua com outro" dizia a minha avó muito preocupada com o que as pessoas fossem pensar da sua princesa de apenas 15 aninhos.
ESTOU-ME A CAGAR, cota. Era o que me apetecia dizer, mas na altura pareceu-me inadequado, ainda levava um chapadão. Poupei-me a mim e a ela. Mas estava-me, de facto, pouco borrifando para opiniões alheias.
     Desde cedo criei conflitos na família precisamente pela minha falta de preocupação em relação ao que os outros pensam.
     Enquanto tive de prestar satisfações, enquanto fui sustentada e vivi debaixo do teto dos meus pais, tive de ser (ou tentar ser) políticamente correta. Tive de fingir ser a menina púdica que não sou. Tive de mentir algumas vezes (as necessárias) para fazer as coisas que queria e não podia! 
     Durante 22 anos da minha vida fui uma pessoa que não sou para poder agradar os outros.
     Hoje, não devo satisfações e, já dei sim, muitas desilusões, mas faz parte da vida. Vivo bem com isso!
     Prefiro desiludir alguém por ser quem sou, do que ser uma infeliz (como tantas) que vive de falsas aparências, falsos moralismos, falta de personalidade, e por consequência, falta de amor-próprio.

     Libertei-me. Sacrifiquei-me e ainda sacrifico diariamente para ter a liberdade que almejei. 

     Liberdade espiritual e mental, não troco, não abdico por nada. Há coisas que o dinheiro não compra.

     Não há nada no mundo como amarmos ser quem somos e estarmos em paz com isso. Aconselho vivamente, juntando bom senso q.b. 

     Experimentem e serão bem mais felizes, tal como eu!



     Ah... não concordam? Estou-me a cagar.



2 comentários:

  1. Sou exatamente como tu nunca liguei para as opiniões das outras pessoas, e desde cedo que ouvia a minha avó a dizer-me as mesmas coisas :)
    Segui o blog, beijinhos
    Aqui fica o meu, www.prettyinpinkmc.blogspot.pt

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    1. Fico feliz por saber que não sou a única diferentona ! :D
      Vou seguir, beijinho

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